domingo, 19 de janeiro de 2014

Um toque da vida


Domingo é o dia que eu mais detesto. Então para acabar com o ócio dominical, resolvi visitar uma amiga. Sua casa fica quase do outro lado da cidade. No caminho, ia escutando um pouco de música e pensando nos meus problemas, que para mim, são os piores. Tempo para estudar, faculdade, trabalho, minhas dívidas, relacionamento e outros são coisas que me tiram do sério. 
Preocupo-me com besteiras, admito até que às vezes faço uma tempestade num copo d'água. Preocupações do tipo: qual roupa usar, para onde sair no final de semana, estar sempre atualizado com a moda, tecnologia... são questões como essas que fazem o meu cérebro virar um verdadeiro vulcão em erupção.
O trânsito estava parado em Fortaleza, como é de costume. Várias buzinas entraram em ação, virou uma poluição sonora, pois todos queriam seguir viagem. Mas quando estava ali parado, vi um fato acontecer, duas crianças que aparentavam ter entre seis a oito anos estavam mendigando no sinal. Foram até o meu carro e dei alguns trocados aos meninos. 
Pelo visto, os meninos tinham arrecadado um bom dinheiro durante o dia, pois estavam contentes, com sorrisos largos. Então passaram pelo mar de carros e chegaram ao outro lado. Compraram fichas para brincar em uma cama elástica e foi fantástico vê-los tão felizes por uma coisa tão simples como aquela, de brincar em uma cama elástica. Os olhos brilhavam de prazer, estavam eufóricos, até gritavam "Iupiii", "Irraaa", "Oba". Deram as mãos e pularam juntos, fazendo uma verdadeira festa na cama elástica. 
Enfim consegui avançar no  trajeto. Fiquei pensando na alegria daquelas crianças, uma coisa tão simples.
E eu que tenho uma alegria tão efêmera e preocupações toscas na frente dessa realidade, pude perceber o real valor da felicidade, das pequenas coisas e o que de fato é um problema.


Eduardo Sousa

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