Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios, me conquistou logo pelo título incomum e grande, uma oração completa. Até então nunca tinha lido nada do autor, Marçal Aquino. Ganhei o livro de um amigo, ele acertou em cheio no livro e na dedicatória! Mas, voltando para o livro...
Sinopse da Companhia das Letras: No momento em que começa a narrar os fatos de Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios, o fotógrafo Cauby está convalescendo de um trauma numa pensão barata, numa cidade do Pará prestes a ser palco de uma nova corrida do ouro. Sua voz é impregnada da experiência de quem aprendeu todas as regras de sobrevivência no submundo – mas não é do ambiente hostil ao seu redor que ele está falando. O motivo de sua descida ao inferno é Lavínia, a misteriosa e sedutora mulher de Ernani, um pastor evangélico.
A trajetória do fotógrafo, dado a premonições e a um humor desencantado, vai sendo explicada por meio de pistas: a história de Chang, fotógrafo morto num escândalo de pedofilia; o mistério de Viktor Laurence, jornalista local que prepara uma vingança silenciosa; a vida de Ernani, que tirou Lavínia das ruas e das drogas no passado. Mesmo diante de todos os riscos, Cauby decide cumprir seu destino com o fatalismo dos personagens trágicos. “Nunca acreditei no diabo”, diz ele. “Apenas em pessoas seduzidas pelo mal.”
A estória é contada pelo fotógrafo profissional Cauby, que foi morar em uma cidade do Pará, onde a população local está em conflito com uma mineradora. Lá ele conhece Lavínia, uma mulher muito bonita, sedutora, pura lascívia , que é casada com o pastor da igreja local, Ernani. Lavínia, além de sedutora é cheia de mistérios e sofre com transtornos de personalidade, tornando-se uma incógnita para Cauby. Confira abaixo o trecho do livro que descreve a primeira vez do casal:
Considero esse livro uma obra-prima da literatura brasileira contemporânea. Marçal de Aquino, em momento algum põe a narrativa a perder, não deixa lacunas abertas na história, desenvolve a tensão com maestria. A linguagem é direta, sem rodeios e delongas, mas é viciante e poética. Aquino sabe o que faz, escreve com domínio total. Abusa da ironia e das metáforas de um jeito refinado, é a veracidade da narrativa, nua e crua, que prende o leitor durante todo o tempo.
Abaixo alguns excertos do livro que achei bem interessante:
"O careca não cansa de repetir que a esperança é o pior dos venenos? É. Porém muitas vezes é também o único remédio."
Essa com certeza foi uma das melhores leituras que eu já fiz nos meus dezenove anos. Ah, o final é surpreendente. Aí vai um link da ambientação do livro para o cinema. Beijos.
Eduardo Sousa
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