sexta-feira, 25 de abril de 2014

Amarelo no cinza

Esta foto é recente. No dia que eu fotografei, não era bem um dia legal para mim, estava naqueles dias em que o humor sobe e desce em questões de segundo sabe? Me atrevi a sair de casa sem rumo, sem saber que horas voltaria, sem saber se haveria volta. Não, não é isso que você está pensando, eu não estava indo embora de casa, estava apenas indo, não sabia nem para onde e muito menos o porquê. Mas fui e no caminho, vi essas rosas amarelas que me encheram o peito e fizeram o meu eu inchar de desejos, desejos que eu não gostaria de tê-los, pelo simples fato de serem desejos, pois é preciso ter desejo, quando se realiza não é mais desejo, deixa de ser. Essa flor, essa cor, essa imagem icônica, me levou o coração,  invadiu o meu misterioso âmago, desvirginou as minhas vontades surreais, escancarou os meus problemas caóticos, enfim, me mostrou o amarelo em todas as suas formas de cor e de significado. É como se o meu dia cinza tivesse sido sujo de amarelo, amarelo da cor do sol, da cor da praia, da cor do brilho...
Não tive a prepotência de arrancar a rosa e nem de fazer aquela velha brincadeira de bem-me-quer, mal-me-quer. NÃO! Não fiz isso, apenas admirei-a como um símbolo de paz e tranquilidade que sorrateiramente invadiu o meu dia que estava perdido com os fatos homéricos que haviam se sucedido. Acho que em outros tempos, no apogeu da minha incessante busca, eu teria arrancado todas as flores e feito essa brincadeira, até não restar mais nenhum, só para constatar se era bem ou mal que me queriam, mas me lembrei que desta brincadeira não se leva nada, só se leva a vida da flor.
Entre os filtros, entre as manipulações, entre as brincadeiras de sorte, entre os ditos populares e os provérbios, existe uma coisa muito melhor para se preocupar e se constatar. O quê? Não sei...É amarelo! É vida! É paz!



Eduardo Sousa

Nenhum comentário:

Postar um comentário