Hoje é domingo, não do pé de cachimbo que bate no touro e blá blá blá e sim domingo de Páscoa. Eu sempre digo que tenho tantas histórias sobre a páscoa que se eu fosse escrever dariam um livro, ou melhor um beste-seller. Mas hoje, escolhi uma para contar para vocês. Vamos lá.
Eu deveria ter mais ou menos uns seis anos, não sei qual o ano exatamente que isto aconteceu,só lembro que aconteceu, é baseado em fatos reais, é verídico, enfim. Minha mãe chega do trabalho com uma sacola enorme com dois ovos de Páscoa, um para mim e um para a minha irmã do meio, pois a irmã mais velha não se interessava bem por aqueles ovos, se é que me entende. Então ela nos mostrou e disse severa:
- Vocês só podem comer os chocolates no domingo, que é o dia da Páscoa. Até lá, não podem nem beliscar, ouviram?
Eu e minha irmã concordamos em número, gênero e grau. Fiquei com um pulga atrás da orelha, não queria esperar até o domingo, ainda era quarta-feira, eu ia morrer se não desse uma mordida sequer naqueles chocolates. Fui dormir e no dia seguinte, depois que cheguei da escola fui direto para o armário onde minha mãe colocara os ovos, aproveitando a ausência de todos. Foi então que eu assassinei os ovos de Páscoa!
Entrei na cena do crime, tenso, absorto do que eu realmente queria. Queria engolir, me deliciar com os chocolates, que até então eram proibidos. Fiz uma via crucis até chegar realmente no ápice. Abri os dois, o meu e de minha irmã, e comi, comi, comi. Depois fechei-os e guardei-os novamente no armário, ia ser assim, todo o dia até chegar o domingo eu ia dar um mordidinha nos chocolates, até que chegasse o belo dia que eu pudesse comer, sem medo, sem tensão. Os dias seguiram, e eu fui indo, comendo os ovos na estante e o domingo chegando. Até que chegou! Chegou! Chegou!
Minha irmã acordou cedíssimo para ir abrir o ovo da páscoa dela e ao abrir a estante, se deparou com os restos mortais do chocolate branco quer era o seu o ovo. Ela gritou, como se tivesse visto um corpo pútrido à sua frente. Minha mãe veio, correu e perguntou, quem fez isso? Eu fui até a cena do crime e comecei a chorar e a revelar que o autor dos disparos e do ataque tinha sido moi. eu.
Minha irmã ficou revoltada, quis me bater, como faz toda irmã mais velha, mas minha mãe como senhora educada e civilizada me levou para o quarto conversou comigo e blá blá blá.
Depois já sabendo do acontecido meu pai chega com duas caixas de chocolate, daquelas que vem os bombons sortidos sabe? Deu uma caixa para mim e para minha irmã e assim, fui absolvido do meu crime. Ficamos sem os ovos da Páscoa, mas não sem chocolate.
Eduardo Sousa
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