Sinto-me cobrado o tempo todo.
Nas escolhas. No amor. No futuro.
Sinto-me uma negação.
É tão difícil assim ter 19 anos? Ser maduro demais e ao mesmo tempo ser um "garotinho"? Ter todos esses medos, todas essas utopias, todos esses pensamentos aleatórios, toda essa incerteza, toda essa confusão.
E sempre ser insuficiente.
Sempre sentir o vazio.
Sempre cheio dele.
Ás vezes nem sei quem eu sou. Ás vezes eu estou à procura de mim mesmo, estou procurando ser alguém o tempo todo, e ser eu mesmo em todo esse “alguém.”, o tempo todo. Todo tempo intercalado no passado, no hoje e no amanhã. Sou uma desordem, uma bagunça, me perco nela.
Sou essa música tocando várias vezes.
Esse céu cinza.
Essa ventania.
E ainda não sou. Porque? Porque não sei. E agora largado aqui fora, sentindo o tempo fresco depois de muitos dias de calor, me sinto como uma folha de papel amassada no canto do quarto no meio da madrugada. Um rascunho. Um problema.
Sempre sendo punido.
Sempre num campo minado.
Sempre sendo impedido.
Procrastinando. Empurrando com a barriga, porque é o jeito. Amanhã. Nunca chega. E ainda é cedo, cedo nessa escuridão. Estar bem, mas ao mesmo tempo não, porque há magoas nesse mar de chuva má, mágoas nessa chuva que ainda vai chegar.
E ela chega, numa noite.
Fria.
Te consumindo.
Eduardo Sousa
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